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Data: Até 17 de fevereiro
A mostra Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira reúne mais de 140 trabalhos de 60 nomes potentes das artes nacional; em cartaz até 17 de fevereiro, com entrada gratuita
Foto: Gui Caielli
Rio de Janeiro, janeiro de 2025 – Neste período de férias escolares a dica é aproveitar o tempo livre para visitar Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira. Em exibição no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, a mostra apresenta obras de mais de 60 artistas negros, consagrados e contemporâneos, de diversas regiões do país. Direcionada a todos os públicos, a exposição permanece em cartaz até 17 de fevereiro.
De acordo com o curador, Deri Andrade, a exposição produzida pela Tatu Cultural foi especialmente planejada para o CCBB Rio, ocupando o segundo andar e o espaço próximo à bilheteria. Pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos revelam diferentes épocas e discussões, contextos, gerações e regiões. De grande abrangência, a mostra percorre do período pré-moderno à contemporaneidade.
Os trabalhos estão alocados em cinco eixos: Tornar-se, sobre a importância do ateliê de artista e do autorretrato; Linguagens, que aborda os movimentos artísticos; Cosmovisão, a respeito do engajamento político e direitos; Orum, sobre as relações espirituais entre o céu e a terra, a partir do fluxo entre Brasil e África; por último, Cotidianos, que aborda as discussões sobre representatividade.
Cada eixo é representado por artistas negros emblemáticos: Arthur Timo?theo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 1882-1922), Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo, MG, 1935 - São Paulo, SP, 1974), Mestre Didi (Salvador, BA, 1917- 2013) e Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922- São Paulo, SP, 1991).
A mostra tem patrocínio da BB Asset, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Para Mário Perrone, diretor comercial e de produtos da gestora “Ao apoiar a arte, cultura e esporte, reafirmamos nosso compromisso em gerar valor para a sociedade. Com a exposição Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, a BB Asset reforça a importância de dar visibilidade a artistas negros, celebrando a riqueza de suas histórias e contribuições para a nossa cultura”.
CURADORIA
A exposição é um desdobramento do Projeto Afro (projetoafro.com), em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de 330 artistas catalogados na plataforma. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000. “A exposição oferece outra referência e um novo olhar da arte brasileira aos visitantes”, afirma o curador. “A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial, a exposição enfatiza essa produção como central para repensarmos nossa própria história”, completa.
O trabalho de pesquisa do projeto e da exposição nasceu do desejo e, na sequência, da frustração de Andrade ao não encontrar muitas referências em torno da arte afro-brasileira no Brasil. Ao se debruçar em publicações, materiais de outras exposições (a exemplo de várias com curadoria de Emanoel Araujo nos anos 90, que mais tarde viria a se tornar diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e fundador do Museu Afro Brasil) e inúmeras pesquisas para o mapeamento de artistas negros e suas obras pelo Brasil, Deri Andrade iniciou um minucioso projeto de catalogação de uma arte que, por vezes, foi marginalizada pela sociedade.
“Ser artista acho que já é difícil, ser artista negro no Brasil é ainda um pouco mais complicado”, afirmou o artista Sidney Amaral (São Paulo, SP, 1973/2017), em 2016, ao ser entrevistado pelo projeto AfroTranscendence. Desde a conversa, esse pensamento acompanha Andrade, que dedica parte de seu tempo a conhecer e investigar a produção artística de autoria negra no Brasil.
Deri também é pesquisador, jornalista por formação, curador assistente no Instituto Inhotim e criador da plataforma Projeto Afro (projetoafro.com) de mapeamento e difusão de artistas negros/as/es.
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