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Os Guardiães

Os Guardiães

Autor: José Leonídio
Editora: Editora Autografia
Publicação: 2019
Páginas: 575
Preço sugerido: R$ 65,00

Os Guardiães reforça o realismo mágico e ajuda o leitor a entender suas origens e a importância de manter os valores étnicos, ecológicos e a diversidade da Guanabara

Os Guardiães se remete a luta de Ângelo/Ogum Onyrê, filho de e Nlá Eiyê e Dandara, herdeiro do compromisso de seus pais com o Tupinambá Aimbirê na preservação de sua cultura e da Floresta da Tijuca (A Casa dos Deuses). A derrubada da Floresta para plantio do café principalmente pelos ingleses trouxe como consequência a diminuição da água das nascentes, com repercussão no abastecimento da cidade. A epidemia de febre amarela também acometeu o Rio de Janeiro naquela época, em virtude dos desequilíbrios ecológicos.

- Os Guardiães recupera a discussão ecológica do Rio de Janeiro, que hoje está em nível nacional, e sublinha doenças que surgem partir do desmatamento, da destruição dos rios, ao mesmo tempo em que aponta a briga das pessoas pela conservação, define o autor José Leonídio, cujo objetivo é mostrar que existem soluções e que já saímos dessa situação no passado.

Foi um passeio pela estrada Grajaú-Jacarepaguá e a curiosidade em saber quem manteve os nomes originais em tupi de diversos bairros da cidade, dos acidentes geográficos e das plantas que encorajou a pesquisa do autor a diversas literaturas escritas por descobridores, e narradas pelos jesuítas e também por historiadores portugueses dos séculos XVII e XVIII. José Leonídio buscou ainda os relatos de sobreviventes entre os nativos e informações dos diários de bordo dos navegadores franceses e outros documentos para se nutrir.

A pentalogia A Casa dos Deuses acontece entre os séculos XVI e XX. Neste segundo livro, com o século XIX como pano de fundo, é revelado o cenário político-social em torno do Imperador Dom Pedro II, da Imperatriz Tereza Cristina, da Condessa de Barral e do Anjo Negro da Quinta Imperial, Rafael. A chegada da luz do lampião a gás; os olhos do Demo na visão das carolas; a construção da primeira Estrada de Ferro também são revelados. À defesa da cultura nativa se misturam personagens fictícios e reais da Corte.

Entre elas Marietta Baderna, bailarina, percursora do movimento da integração entre a cultura clássica e a nativa. Sua menção faz-se ainda mais oportuna nos dias de hoje na medida em que ela preza por não diferenciar afros, brasileiros, indígenas e ciganos em um momento que o Brasil é assolado por desigualdades em sua pirâmide.No romance, estão caracterizadas nobreza e plebe, e toda uma cultura híbrida de ciganos, judeus, índios, negros e brancos religiosos, até a vitória final, o reflorestamento da Casa dos Deuses.

- Os guardiães são esses defensores da volta da Floresta da Tijuca, como poetas e botânicos, que brigavam pela ressurreição da Floresta, no momento em que o Rio de Janeiro estava sem água e que brigavam para guardar a cultura e o legado dos tupinambás, sendo o maior dele a Floresta da Tijuca, que é a Casa dos Deuses Tupinambás, explica o autor.

Adepto do estilo literário “realismo mágico”, José Leonídio mistura realidade e ficção, com a intenção de colaborar para o leitor entender suas origens e a importância de manter os valores étnicos, ecológicos e também a diversidade que compõe os moradores da Guanabara, filhos de Iara. Neste contexto, passa, por exemplo, pelo agravo feito pelos ingleses a São Benedito na Procissão de Quarta-feira de Cinzas, tendo os moradores deixado o “Santo Pretinho” no adro da Igreja de Santo Antônio.

Sobre o primeiro livro da série

No primeiro volume da pentalogia, Portais da Liberdade, são trabalhadas a vivência do dia a dia em São Sebastião do Rio de Janeiro; a transferência dos valores míticos, místicos e culturais dos tupinambás aos africanos escravizados e sua convivência também com os ciganos; a vida cultural e religiosa da cidade, os engenhos e as festas da botada; a importância da manutenção dos valores tupinambás; a interação cultural e a vida social em torno da geografia e dos seus símbolos que persistem até hoje (Passeio Público, Aguadeiro do Carioca, as Igrejas, o Valongo); a interface entre a Cultura Tupinambá e a Cultura Iorubá, bem como a influência na dança e na música dos ciganos. A sensualidade das negras, mulatas e ciganas, e sua influência no modus vivendi da cidade no século XVIII.

A medicina pela literatura

José Leonídio é médico-obstetra e hoje professor adjunto aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o que lhe permite dedicar-se um pouco mais à sua produção literária.

Deu os primeiros passos nas letras com enredos para escolas de sambas e blocos, junto aos Grêmio Recreativo Escola de Samba e à Portela.

Em 2001, publicou seu primeiro romance, “A Raposa do Cerrado”, e anos depois, em 2014, foi aprovado pela comissão de Cultura na Secretária de Cultura do Município do Rio de Janeiro com os projetos literários Portais da Liberdade e Guardiães (dois dos livros da pentalogia A Casa dos Deuses) para captação de recursos a ser publicado nas comemorações do RIO 500 anos.

Em 2019, lançou também os livros Enredando e Facebookeando





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