Por Glória Faria (*)
Indiscutivelmente, o isolamento social imposto pela prevenção à Covid-19 mudou de um dia para o outro as rotinas e virou de pernas para o ar nossas atividades cotidianas. A forma de nos relacionarmos com a família e os amigos, o próprio ambiente laboral, mudaram radicalmente. Home-office, webnários, reuniões, exclusivamente, por zoom ou call, completam o novo cenário onde a internet reina com tirania.
A escola e o playground se instalaram na sala de jantar, o cinema e o teatro acessíveis só na telinha ou no telão. As poucas saídas à rua passam pelo crivo da essencialidade e impõem o uso da máscara.
Supermercados, farmácias, restaurantes, lojas de eletrônicos e de vestuário, espremeram-se para caber no micro e no celular numa tentativa de amenizar a súbita queda de faturamento e sobreviver no atendimento remoto.
Transações comerciais de toda ordem, que já vinham migrando para o mundo virtual, dentre elas o seguro, foram impelidas a acelerar a transição da noite para o dia. Limitada a mobilidade e fechadas as filiais de rua, o comércio eletrônico explodiu em uma multiplicação de lojas virtuais. De março para cá foram abertas no Brasil 107 mil lojas virtuais na Internet. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico – ABCOMM – antes da quarentena a média de abertura de lojas virtuais era de 10 mil por mês.
O faturamento de R$61,9 bilhões em 2019 revelou um acréscimo de 16,3% em relação a 2018, e contabilizou 148 milhões de compras on line, de acordo com o relatório semestral da Ebit /Nielsen, em parceria com a Elo.
Certamente o isolamento social contribuiu, e muito, para o resultado do faturamento nos 4 primeiros meses de 2020, que alcançou a soma de R$22,9 bilhões o correspondente a 32% do resultado de todo o ano de 2019, como destacou Julia de Ávila executiva da Ebit/Nielsen ao nomear os números do e.commerce como superlativos.
Somente entre os dias 17 de março e 27 de abril o comércio on line faturou R$8,4 bilhões quase 50% a mais que no período de 19 de março a 29 de abril de 2019, (R$5,7 bilhões). Se Cosméticos, Perfumaria e Moda já foram categorias lideres nas vendas, no intervalo do grande boom de março/abril, as que mais contribuíram para o surpreendente resultado foram as de Eletrônicos, Casa e Decoração, Informática e itens de consumo rápido (RMCG).
A expectativa de faturamento de R$74 bilhões para 2020 conta com a entrada dos novos players, consumidores que estarão comprando pela primeira vez no e.commerce, bem como terá como destaque o setor de Alimentos e Bebidas, em um cenário impulsionado e sob influência direta do afastamento social decorrente da prevenção a Covid-19.