Atenção

Fechar

notícias

Ação da Cidadania lança edição de 30 anos do Natal sem Fome

Campanha reforça a importância da solidariedade para que famílias tenham um prato cheio de vida e perseverança por dias melhores

Neste Natal, o melhor presente é a sua solidariedade. Esse é o pedido da Ação da Cidadania para o Natal Sem Fome, campanha nacional lançada no domingo (15/10), no Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A campanha desse ano propõe uma viagem por dentro do imaginário infantil. Enquanto uma criança imagina que aquela cesta básica que chega em forma de esperança é um presente, a verdadeira magia do Natal está em cada doação para um mundo com comida de qualidade para todas as pessoas. O evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre comitês e voluntários, e reforçou a mensagem de que a fome do prato vazio continua dolorosa e apressada em todos os cantos do país.

"Estamos de volta ao Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, onde tudo começou. Mas, depois de três décadas, a dor da fome continua a mesma. Queremos deixar uma mensagem de esperança, para que as famílias saibam que em dezembro elas terão um natal sem fome. Mas isso só será possível com a mobilização de toda a sociedade civil", explica Daniel Souza, presidente do Conselho da Ação da Cidadania.

Mas se por um lado a inocência das crianças nos faz enxergar o mundo com mais cor e fantasia, a realidade nos mostra que, para sair do Mapa da Fome, e que seja a última vez, precisamos enxergar a realidade em que o país se encontra atualmente. Afinal, mais de 33 milhões de brasileiros estão em insegurança alimentar grave e não sabem o que vão comer hoje. A situação é ainda mais grave em lares com crianças menores de 10 anos. Por causa disso, o lançamento da campanha também foi marcado como um ato de incidência política, para que a população assuma um papel ativo na cobrança de políticas públicas efetivas e a fome não passe sem novidade e espanto.

"Foram quase seis anos de destruição das políticas públicas que contribuíram para a volta da fome. A população ainda enfrenta dificuldades de acesso a alimentos saudáveis e de qualidade, mesmo com os programas de renda básica do governo. Projetos como o marco temporal e a demarcação de territórios, a violência no campo e a liberação de agrotóxicos dificultam ainda mais para o fim desse ciclo. Eu sempre digo que o Natal sem Fome não existe para matar a fome do Brasil, mas sim para conscientizar a sociedade sobre esses problemas tão graves", reforça Rodrigo "Kiko" Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania.

Considerada a maior campanha solidária de arrecadação de alimentos da América Latina, o Natal sem Fome foi criado em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Nesse mesmo ano, nasceu também a Ação da Cidadania, que desde então já arrecadou mais de 55 mil toneladas de alimentos, que foram distribuídos para 26 milhões de pessoas. O trabalho da entidade nessas três décadas de atuação está no livro "Cidadania: a Fome das Fomes", lançado recentemente em todo o país.

O evento também foi marcado pelas brincadeiras para crianças. Artistas de circo e de rua, pernaltas, pula-pula, tobogãs e cama elástica garantiram a diversão dos pequenos. A equipe de Agroecologia da Ação da Cidadania também distribuiu mudas e plantas comestíveis para o público, como forma de incentivo à alimentação saudável e cuidados com o meio ambiente. Também houve rodas de conversas sobre as consequências do uso indiscriminado dos agrotóxicos no Brasil e divulgação de informações sobre a PL dos Agrotóxicos que tramita na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal. O país é líder mundial do uso de agrotóxicos e o consumo de ultraprocessados e alimentos com quantidades de veneno e pesticidas podem causar má formação embrionária e outros problemas graves, principalmente em crianças em fase de desenvolvimento.

As doações podem ser realizadas pela internet, na página oficial (www.natalsemfome.org.br) ou através do PIX: doe@natalsemfome.org.br.







Veja também

0 comentários | Comente

 Digite seu comentário

*preenchimento obrigatório



Ninguém comentou essa notícia ainda... Seja o primeiro a comentar!

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.