Por Fernando Thompson, Especial para Plurale
De Lisboa, Portugal
Fotos de Divulgação/ WebSummit Lisboa (instagram) e Divulgação/ Erivelton Viana/ Sebrae.
Lisboa- Foi dada hoje a largada no WebSummit 2023 Lisboa, um dos maiores eventos de inovação e startups da Europa. Este ano, a Sustentabilidade é um dos destaques das milhares de startups que vieram aqui apresentar suas novidades, com o objetivo de fechar negócios, parceria ou levantar financiamentos.
Uma das maiores plataforma de startups do Brasil, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) trouxe para Lisboa novidades tecnológicas que buscam integrar o desenvolvimento sustentável da Floresta Amazônica com a proteção do bioma da região. É o caso da startup Meu Pé de Árvore, que viabiliza o financiamento de empresas parceiras para a recuperação de áreas degradadas, e da empresa Hylaea, que transforma uma planta amazónica em medicamento que combate a dependência química, a depressão e o Parkinson. Ambos projetos fazem parte do programa Inova Amazónica, um dos focos principais do Sebrae.
“A inovação precisa associar sustentabilidade e inclusão. Esses três conceitos juntos geram desenvolvimento. O desafio sempre será gerar oportunidades por meio dessas empresas que apresentam soluções para a preservação do bioma mais importante do mundo, a Amazônia. Precisamos aproveitar o bom momento económico do país e a liderança no Mercosul, no Sul Global e, em breve, no G20”, destaca o presidente do Sebrae, Décio Lima (foto abaixo), que também levará pequenas empresas à COP28 (Dubai) para dialogar sobre a descarbonização com o tema “Centralidade dos pequenos negócios na governança climática”.
O Programa Inova Amazônia já investiu R$ 23 milhões em ações de aceleração, bolsas, eventos e missões internacionais. A estratégia tem foco em fomentar, apoiar e desenvolver pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras alinhadas à bioeconomia, que tenham como premissa a atuação direta ou indireta para preservação ou uso sustentável dos recursos da biodiversidade do bioma.
Algumas das empresas do Inova Amazônia que estarão na Web Summit:
Meu Pé de Árvore - A startup recupera áreas degradadas por meio da restauração de ecossistemas na Amazónia com a implementação de sistemas produtivos regenerativos. Com o apoio de comunidades locais, esse pequeno negócio cocria valor por meio de uma floresta viva. A plataforma viabiliza o financiamento da recuperação da floresta, ajudando a transformar os parceiros em empresas de impacto. Ao restaurar e manter a floresta em pé, a start-up auxilia no processo de descarbonização, estimula a economia local e fomenta a produção agroecológica de alimentos e produtos da bio economia de forma sustentável.
Hylaea - A empresa dedica-se a pesquisar e desenvolver maneiras alternativas de obtenção de ibogaína, planta amazónica que possui uma substância altamente eficaz no tratamento de desordens psiquiátricas e neurológicas como dependência química, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, comportamentos compulsivos e doenças neurodegenerativas.
Directto - A principal característica da empresa inovadora é conectar negócios e tornar a jornada de comercialização de alimentos mais transparente e ágil. Na plataforma desenvolvida, os produtores expõem seus produtos e acessam ferramentas e serviços necessários para realizar a exportação sem burocracia. Além disso, a startup atua no empoderamento e na capacitação dos produtores e da indústria a partir de uma solução integrada, com apoio de especialistas, e que torna a operação de ponta a ponta mais inteligente e segura. A ferramenta é uma forma de potencializar o impacto da bio economia na região Amazônica, possibilitando geração de emprego e renda para as comunidades locais aliado à conservação da floresta.
Aeroriver - A startup desenvolveu o Volitan, uma espécie de barco voador que tem como objetivo o transporte de cargas e pessoas na região, aliando sustentabilidade e inovação. Com 18 metros de comprimento, o barco poderá percorrer uma distância de até 450 quilômetros sem reabastecer, operando a uma altura de 5 a 10 metros da água e velocidade de 150 km/h. Além disso, o veículo emite menos CO2 do que embarcações e aeronaves. O início da comercialização está previsto para 2025.
Agricon Business - Por meio da tecnologia de blockchain, a Agricon Business, conecta diretamente produtores rurais de grãos e da biodiversidade da Amazônia a compradores globais, sem intermediários da cadeia. O serviço oferece ainda a rastreabilidade do produto, desde a sua origem até o consumidor final, na gôndola. A start-up prioriza a rastreabilidade, certificação de qualidade, segregação e transparência dos seus processos e produtos agrícolas comercializados. A tecnologia de blockchain funciona a partir do momento que o produtor rural registra seu LOTE (interesse de venda), o comprador global registra sua LOI (interesse de compra). Quando recebe essas informações, ele as cruza e conecta as pontas. Na sequência, a Agricon, através de parceiros logísticos e operacionais, gerencia todo o processo de retirada do produto da propriedade rural até a entrega ao comprador global.