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Sejamos todas feministas

Sandra Martinelli, CEO da ABA e Membro do Executive Committee da WFA

Todos nós somos influenciados o tempo todo. Por nossos pais, por amigos, por escritores que gostamos, por atores de filmes que assistimos. Por muitos anos, as novelas eram o grande canal de influência no Brasil. Ditavam moda, costumes... E era lá que as marcas estavam! Hoje, vivemos a era dos influenciadores digitais e lá estão as marcas junto deles!

Mas, porque estou trazendo esse assunto? Porque se influenciamos, temos que ter responsabilidade. E é esse o marketing que a ABA acredita e defende, um marketing que use seu poder de mobilização para transformar os negócios e a sociedade, como reza nosso propósito.

Não somente neste mês de março, em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, mas em todos os dias, precisamos refletir sobre a responsabilidade que temos com as mulheres, seja apoiando iniciativas femininas, abraçando causas como o fim do assédio que sofremos diariamente, como ao retratar as mulheres em nossas campanhas.

DE&I sempre foi um tema estratégico trabalhado pela ABA, que acredita que o marketing tem a missão de ser um agente responsável e protagonista nessa agenda. Precisamos representar as mulheres como elas realmente são. Diversas, poderosas, inteligentes e cada vez ocupando mais espaços e assumindo os papeis que elas desejam. Essa é a mensagem que precisamos passar nas nossas propagandas.

Do outro lado, agências e anunciantes precisam se questionar: a imagem da mulher está sendo objetificada? Há diversidade de raças, de corpos, de profissões? Há preconceito etário? Há estereótipos dentro dos papeis que as mulheres estão ocupando em determinados cenários?

Entendemos que empresas que não adotarem a diversidade, não trabalharem com a equidade e não criarem ações de inclusão, dificilmente irão se destacar daqui pra frente. Além de termos consumidores cada vez mais exigentes, cobrando atitude e posicionamento das marcas, do outro lado temos os stakeholders, querendo relatórios efetivos e convincentes.

Mas, para que isso se concretize, a diversidade, a equidade e a inclusão precisam fazer parte da cultura das empresas. Porque começa de dentro pra fora. Ao promover mais posições de lideranças femininas, políticas de igualdade salarial, flexibilidade para equilibrar vida pessoal e profissional, as mulheres entenderão que, de fato, são respeitadas por aquela empresa.


Na ABA, 60% das lideranças eleitas para a gestão 2024-2026 são mulheres, que se unem aos 80% de mulheres que formam o time executivo da entidade. Criamos o ano passado, a Confraria das mulheres dirigentes de entidades, um grupo informal idealizado pela ABA, com o objetivo de juntar as vozes de potentes lideranças femininas e ampliar o relacionamento e a parceria com a troca de conhecimento, experiências profissionais e de vida, além de debater sobre a importância da união de entidades associativas no setor de marketing e comunicação. Já chegamos a 22 integrantes, renomadas lideranças femininas que acreditam no alto poder da colaboração e da construção coletiva para um mundo melhor.

Poderia mencionar várias mulheres de destaque, presidentes de entidades, líderes da ABA e de grandes marcas, mas não caberia aqui... Em meus quase 40 anos de carreira, é uma conquista constatar que estamos ocupando cada vez mais espaços de poder e traçando caminhos nunca antes explorados. Também estamos evoluindo em nossas campanhas de marketing. Temos hoje marcas que antes somente apoiavam o futebol masculino e agora patrocinam também o feminino, marcas apoiando mulheres gamers e debatendo temas femininos em cenários extremamente machistas, marcas valorizando a beleza feminina e respeitando a diversidade dos nossos corpos e cabelos.

Mas, sabemos que estamos longe do mundo ideal. Este é um tema que temos muito a evoluir em todas as esferas, desde a legislativa, às sociais, com a mudança de comportamento dos homens diante das mulheres sendo um importante exemplo. Como única entidade que conecta e defende os interesses dos anunciantes no Brasil há 65 anos, estamos atentos a esses temas e promovendo debates a fim de munir nossos associados com as melhores práticas globais de DE&I, pautadas pela ética, pelo respeito e pela representatividade.

E continuaremos trabalhando para isso, aqui na ABA, na WFA, e em todos os espaços que pudermos ser ouvidas.







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1 comentário | Comente

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Luiz |
Este é um trabalho que demanda muita comunicação interna e rodas de diálogo dentro das organizações. Frear o machismo e os diferentes assédios dentro das organizações públicas ou privadas de homens sobre mulheres, passa pelo entendimento de relações de poder que são postas em prática como hábitos nocivos mas que parecem "naturais". Nos cargos executivos, homens não estãoa costumados a lidar com líderes mulheres ou argumentar com executivas preparadas e competentes. Campanhas são necessárias e a ABA tem sido um exemplo, mas conversar sobre isso por dentro das organizações é uma meta de comunicação permanente. E muita psicanálise para os "machões" assumidos ou cínicos. Parabéns Sandra e parabéns ABA! Vamos em frente.

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