POR SÔNIA ARARIPE E FELIPE ARARIPE, DE PLURALE
FOTOS DE FELIPE ARARIPE, DE PLURALE
DO RIO DE JANEIRO
Grupo participou de workshop após acompanhar o Fórum de Cooperação de Mídia China - América Latina e Caribe 2024, organizado pelo Diário do Povo - o maior jornal chinês - e o brasileiro Monitor Mercantil.
Jornalistas latino-americanos e chineses de várias mídias visitaram hoje e ontem, no Rio de Janeiro, duas operações de investimentos chineses no Brasil: a sede da State Grid Brazil Holding, da área de energia e a ZPMC, líder na fabricação de equipamentos portuários, em operação no Terminal de contêineres do Porto do Rio, da Rio Brasil Terminal. O grupo participou de workshop de dois dias, após acompanhar o Fórum de Cooperação de Mídia China - América Latina e Caribe 2024, organizado pelo Diário do Povo - o maior jornal chinês - e o brasileiro Monitor Mercantil.
Comitiva de jornalistas reunidos em workshop visitou o Rio Brasil Terminal, com equipamentos da ZPMC, na Ponta do Caju. Foto de Felipe Araripe/ Plurale.
Os jornalistas conheceram primeiro os gigantescos portêineres produzidos pela ZPMC, como são conhecidos os super guindastes capazes de carregar e descarregar contêineres, em uso no píer operado pela Rio Brasil Terminal, na ponta do Caju (Zona Portuária do Rio de Janeiro). Só para dar uma ideia do que é possível com estes modernos equipamentos,o Terminal carioca passou de um patamar de 40 movimentos por hora para 50 movimentos por hora. Cada equipamento conta com capacidade de 65 toneladas, sendo capaz de içar contêineres a 49 metros de altura e a uma distância horizontal de 67 metros.
Os portêineres estão em operação na Rio Brasil Terminal, privatizado em 1998, que é controlado pela ICTSI (International Container Terminal Services, Inc) - empresa filipina - uma das maiores operadoras do mundo nesta área, com 32 terminais, presente em seis continentes. Com área alfandegada ampliada de 136 mil m² para 188 mil m², e a reativação do ramal ferroviário interno, tornou-se possível a expansão dos negócios. O Diretor de Operações da Rio Brasil Terminal, Tiago Menin, explicou que um dos principais investimentos recentes foi a construção de 85 metros de cais para receber navios de maior calado que chegam na costa do Rio e também a dragagem de canal. "O terminal tem capacidade para 400 mil TEUs/ por ano (contêineres), com equipamentos - na sua maior parte elétricos, para redução das emissões de carbono. A empresa, assim como o grupo, tem como meta reduzir em 26% as emissões de carbono até 2030 e em 100% até 2050." Este é o primeiro e único terminal da Costa Leste da América do Sul Neutro de Carbono. Menin destacou ainda que o Terminal conquistou recentemente o selo "Empresa parceira da natureza", do Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza. A Rio Brasil Terminal ainda apoia vários projetos socioambientais com comunidades cariocas, especialmente com foco em Educação. "Também investimos em neutralização de carbono. Este ano, foram plantadas 15 mil mudas de árvores para neutralizar em 100% as emissões de 2023, que somaram 2,3 milhões de toneladas de carbono emitidos " Os jornalistas se interessaram em saber sobre as cargas: 70% vêm da Ásia, majoritariamente da China, mas o Terminal também possui rotas da América Norte, Caribe, Costa Leste da América do Sul, Europa e Ásia. Há itens de bens de consumo, do setor de óleo e gás, químico, etc.
Da esquerda para a direita: Tiago Menin, Diretor de Operações da Rio Brasil Terminal; Juliana Rojas, Diretora de Marketing da ZPMC América Latina e Alex Qian, Diretor da ZPMC América Latina. Foto de Felipe Araripe/ Plurale.
Alex Qian, Diretor da ZPMC América Latina, que pertence à holding China Communications Construction (CCC), recebeu a comitiva de jornalistas e apresentou o grupo. A CCC também é dona da Concremat, de engenharia e tecnologia. Shanghai Zhenhua Heavy Industries Co., Ltd., ou ZPMC, é uma das maiores fabricantes de equipamentos de grande porte que vem mantendo sua competitividade em diversas áreas, tais como maquinário portuário, engenharia marinha, estruturas de aço pesadas e específicas, transporte offshore, etc. Possui 28 escritórios no mundo fora da China, 119 operações espalhadas pelo mundo e 22 embarcacões completas. "Somos capazes de atender clientes por todo o mundo com excelentes serviços e produtos", frisou Qian. O executivo mostrou os modernos portêineres (que movimentam contêineres) e por uma coincidência, justamente na hora da visita estava partindo uma imensa e moderna embarcação com vários contêineres e material industrial. "Fico muito feliz que tenhamos vários equipamentos selando os laços do Brasil com a China, como este portêiner , o rebocador e o grande navio", disse Qian. A Diretora de Marketing da ZPMC América Latina, Juliana Rojas, também participou da visita e coletiva.
Comitiva de jornalistas latino-americanos e brasileiros que participaram do workshop parte do Fórum de Cooperação de Mídia China - América Latina e Caribe 2024, organizado pelo Diário do Povo - o maior jornal chinês - e o brasileiro Monitor Mercantil. Foto de Felipe Araripe/ Plurale.
State Grid Brazil - Nesta sexta-feira (18 de outubro), ainda como parte do workshop, os jornalistas visitaram a State Grid Brazil Holding (SGBH), empresa brasileira do grupo State Grid Corporation of China. A empresa atua no setor de transmissão de energia elétrica desde 2010, já tendo investido mais de R$ 30 bilhões no país. Com sete regionais e 30 bases de manutenção, a SGBH opera mais de 16 mil quilômetros de linhas de transmissão passando por 13 estados no país, equivalente a 10% de toda a malha elétrica brasileira, o que torna a companhia uma das maiores no Brasil no setor. Os diretores da empresa receberam os jornalistas latinos e brasileiros, que visitaram salão de exposição com linha do tempo apresentando as principais operações e ações socioambientais, assim como o Centro de Monitoramento das Linhas de Transmissão. Esta sala funciona 24h, 365 dias do ano, com moderno equipamento de gestão produzido na China por uma empresa do grupo. Nada escapa aos avançados equipamentos: ventos mais fortes, focos de incêndio e outras intercorrências são imediatamente captadas e alertadas no grande painel, conectado ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Nem mesmo na pandemia, a sala de controle deixou de funcionar: um aparato de "guerra" foi montado para garantir a segurança de saúde dos funcionários e de esterilização de equipamentos.
Centro de Monitoramento das Linhas de Transmissão. Foto de Felipe Araripe/ Plurale.
Na abertura do Fórum de Cooperação de Mídia China - América Latina e Caribe 2024, Sun Tao, presidente do Conselho da State Grid Brazil, destacou que "ao longo de mais de uma década, a empresa foi reconhecida duas vezes como a “Melhor Empresa do Setor de Energia do Brasil”. Criamos 45.000 empregos locais e contribuímos com cerca de R$ 4,5 bilhões em impostos. Nós nos tornamos a segunda maior empresa de transmissão do Brasil e uma de suas empresas mais respeitadas." O executivo frisou em seu discurso que, ao implementar grandes projetos de concessão, como a Fase I e II da UHVDC (UATCC) de Belo Monte, a empresa "promoveu ativamente a cooperação e as trocas entre a China e o Brasil em tecnologia de transmissão, equipamentos e padrões. Isso impulsionou o desenvolvimento das indústrias locais de energia, equipamentos elétricos e matérias-primas do Brasil, alcançando benefícios mútuos e cooperação ganha-ganha entre a China e o Brasil."
Philipe Deschamps Dias, gerente de Cultura e Comunicação Corporativa da State Grid Brazil Holding, apresentou as linhas de transmissão da empresa. Foto de Felipe Araripe/ Plurale.
Na visita à sede da companhia, Philipe Deschamps Dias, gerente de Cultura e Comunicação Corporativa da State Grid Brazil Holding, mostrou as principais linhas em um mapa. Entre os principais empreendimentos da holding, estão as linhas de transmissão da Usina de Belo Monte, que escoam energia do Norte ao Sudeste do Brasil. São as maiores linhas de transmissão do mundo que utilizam a tecnologia de 800 kV UATCC. A XRTE - que interliga a usina de Belo Monte, no Pará, com o Rio de Janeiro, na cidade de Paracambi - acaba de completar cinco anos de operação comercial.Com uma extensão de 2.543 km e 4.448 torres, percorre 81 municípios em cinco estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, o segundo bipolo de Belo Monte obteve o Termo de Liberação Definitivo (TLD) para entrada em operação em outubro de 2019. Este complexo sistema tem a capacidade de transmitir 4 mil megawatts (MW) de potência em corrente contínua.
O novo investimento da empresa, Graça Aranha - Silvânia, foi conquistado em leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro de 2023, com um lance de quase R$ 2 bilhões. A nova linha de transmissão irá do Maranhão a Goiás, totalizando um aporte de R$ 18 bilhões até 2030. Está em fase de licenciamentos ambientais e inteligará as subestações de Graça Aranha (MA) e Silvânia (GO). O trajeto da LT se estende por 1.468km, passando pelos estados de Maranhão (MA), Tocantins (TO) e Goiás (GO).