Atenção

Fechar

Mulher

Uma mulher morre a cada 10 minutos vítima de parceiros ou familiares, diz relatório

Mulheres marcham na Cidade do México em protesto contra feminicídios
Gustavo Martínez Contreras
Mulheres marcham na Cidade do México em protesto contra feminicídios
25 Novembro 2024 Mulheres

Dos 85 mil assassinatos intencionais sofridos pela população feminina em 2023, cerca de 60% foram no contexto conjugal ou familiar; levantamento aponta que feminicídio transcende fronteiras, condições socioeconômicas e grupos etários.

Todos os dias, 140 mulheres e meninas são mortas por seus parceiros íntimos ou familiares, o equivalente

a uma a cada 10 minutos. O dado representa 60% dos 85 mil assassinatos intencionais sofridos pela

população feminina no ano passado.

A estimativa faz parte do relatório “Feminicídios em 2023”, divulgado neste 25 de novembro, Dia

Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Feminicídio generalizado

A publicação preparada pela ONU Mulheres e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime,

Unodc, confirma que a violência contra mulheres continua generalizada, incluindo na sua manifestação

mais extrema, o feminicídio. O crime “transcende fronteiras, condições socioeconômicas e grupos etários”.

A África registra as taxas mais elevadas de feminicídio relacionado com parceiros íntimos e familiares

com 21,7 mil vítimas, seguida pelas Américas e pela Oceânia.

Na Europa e nas Américas, a maioria das mulheres mortas na esfera doméstica foi vítima de companheiros

íntimos, com 64% e 58%, respectivamente. Em outras regiões os familiares foram os principais perpetradores.

Na França, África do Sul e Colômbia uma percentual significativo de mulheres mortas por parceiros íntimos

já haviam relatado alguma forma de violência física, sexual ou psicológica, o que indica que muitos desses

crimes podem ser prevenidos.

Mulheres e meninas em todo o mundo continuam a ser vítimas de violência de gênero
OIM 2021/Lauriane Wolfe
Mulheres e meninas em todo o mundo continuam a ser vítimas de violência de gênero

“Cultura de tolerância zero”

A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, defendeu legislações mais robustas, melhor coleta

de dados e mais responsabilização governamental.

Sima Bahous pediu uma “cultura de tolerância zero” e aumento do financiamento para organizações e órgãos

que defendem os direitos das mulheres. Para ela, os líderes mundiais devem agir com urgência, renovando

compromissos e canalizando recursos para “acabar com esta crise de uma vez por todas".

A diretora executiva do Unodc, disse que o relatório destaca a necessidade urgente por “sistemas de justiça

criminal fortes que responsabilizem os perpetradores, garantindo ao mesmo tempo apoio adequado às

sobreviventes”, incluindo mecanismos de denúncia seguros e transparentes.

Ghada Waly adicionou que é preciso também “confrontar e desmantelar os preconceitos de gênero, os

desequilíbrios de poder e normas prejudiciais que perpetuam a violência contra as mulheres”.

Epidemia de violência que “envergonha a humanidade”

Em mensagem sobre o Dia Internacional, o secretário-geral da ONU disse que “a epidemia de violência

contra mulheres e meninas envergonha a humanidade”.

Para António Guterres, “a situação está piorando”, pois crises ligadas a conflitos, clima e fome agravaram

as desigualdades. Ele destacou que a violência sexual está sendo “usada como arma de guerra” e que

mulheres e meninas enfrentam uma “enxurrada de misoginia online”.

O líder da ONU pediu que em todo o mundo sejam feitos esforços para acabar com o flagelo da violência

contra mulheres e meninas.

As ligações para uma linha direta de pessoas que sofrem violência de gênero na Argentina aumentaram 39% durante a pandemia de COVID-19
ONU Argentina
As ligações para uma linha direta de pessoas que sofrem violência de gênero na Argentina aumentaram 39% durante a pandemia de COVID-19

16 Dias de Ativismo

Esta segunda-feira também marca o início da Campanha “16 Dias de Ativismo” deste ano, que contribui para cobrar medidas de proteção à vida das mulheres. Através da campanha, a ONU pede a renovação dos compromissos de tomadores de decisão ao redor do mundo.

O esforço é acompanhado de uma mobilização nas redes nas redes sociais para denunciar a violência baseada no gênero, utilizando as marcações: #NoExcuse e #16Days.

Este ano é assinalado o 25º aniversário do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Nesta segunda-feira, um evento oficial de comemoração irá destacar as melhores práticas de investimento para prevenir a violência contra as mulheres, bem como lacunas, desafios e o caminho a seguir.







0 comentários | Comente

 Digite seu comentário

*preenchimento obrigatório



Ninguém comentou essa notícia ainda... Seja o primeiro a comentar!

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.