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Em Belém, Casa Balaio abre portas para o debate sobre a Amazônia

Lançamento de atlas reúne pesquisadores e ativistas em novo espaço de cultura e conhecimento na cidade sede da COP 30

Foto: Nailana Thiely / Divulgação

O lançamento do Atlas da Amazônia Brasileira, um retrato da realidade amazônica pelas vozes de autores amazônidas, marcou a inauguração, em Belém, no dia 23 de abril, da Casa Balaio, um projeto exclusivo das agências Alter Conteúdo Relevante e Jambo Comunicação. O evento contou com a presença de acadêmicos, ativistas, gestores públicos e parlamentares.

Nos espaços da Casa Balaio, duas mesas de diálogos reuniram autores do Atlas, membros do Conselho Editorial e convidados para discutir o protagonismo amazônida na crise climática e as perspectivas para a COP 30 - a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no Brasil, que ocorre em novembro na capital paraense.

Instalada em um casarão histórico, na avenida Nazaré com a travessa Quintino Bocaiúva, região central de Belém, a Casa Balaio é muito mais do que um espaço físico em área de grande importância urbana da capital paraense, informou a jornalista Rita Soares, diretora de atendimento e sócia-fundadora da Jambo. “A Casa Balaio é um hub de inovação e criatividade no coração da Amazônia. Ao longo de 2025, será palco de eventos, workshops, gravações de podcasts e videocasts, expedições e ativações exclusivas que antecipam os grandes debates da COP 30 - a Conferência das Partes das Nações Unidas que trata da crise climática mundial”, destacou.

Para a jornalista Kelly Lima, sócia-fundadora e diretora executiva da Alter, a Casa Balaio é um espaço de articulação e inspiração que une cultura amazônica, sustentabilidade e inovação - antecipando os debates da COP 30 e conectando vozes que pensam e fazem a diferença. “Queremos que a Casa Balaio seja muito mais do que um ponto de encontro. Ela será um palco para ideias transformadoras e ações que impactam realidades”, afirmou Kelly.

Orientadas pelas diretrizes ESG (Ambiental, Social e Governança) e pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), Alter e Jambo propõem a reunião de pessoas e marcas, na Casa Balaio, para a construção de redes em prol de um futuro mais sustentável, ambiental e socialmente justo, com foco na Amazônia.

Foco na diversidade

Resistência e existência na Amazônia são as palavras centrais dos 32 artigos do Atlas da Amazônia Brasileira lançado na Casa Balaio. Produzido e editado pela Fundação Heinrich Böll, organização política alemã com presença em 42 países, a publicação reúne dados e saberes da maior floresta tropical do mundo e propõe uma reflexão sobre a diversidade de conhecimento que existe na região.

A diretora da Fundação Heinrich Böll no Brasil, Regine Schönenberg, disse que o Atlas da Amazônia Brasileira compõe uma série da fundação. “Temos 42 países de atuação e já produzimos documentos sobre agrotóxicos, plástico, entre outros. O documento será traduzido para inglês e espanhol, com foco na COP 30, e já há interesse de um tradutor da Coreia do Sul”, informou Regine.

Ao contrário do percurso convencional, observou Regine Schönenberg, em que a produção se dá de fora para dentro, o Atlas da Amazônia Brasileira foi produzido na Amazônia. O Atlas tem marca objetiva, disse Regine, com dados e gráficos que foram checados e podem ser citados como instrumentos para a compreensão da realidade da Amazônia.

Uma das organizadoras da edição, a jornalista e pesquisadora Julia Dolce destacou que o Atlas pretende colaborar para a compreensão das complexidades da região amazônica e fazer ecoar as vozes da luta por direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais diante de conflitos e ameaças. “O Atlas é uma coletânea de artigos curtos, em linguagem didática, sobre um determinado tema ou setor. Um dos objetivos é fortalecer a produção de conhecimento e o compartilhamento de saberes de especialistas amazônicos”, afirmou Julia.

Para o geógrafo Aiala Colares, doutor em Ciências do Desenvolvimento Socioambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (NAEA-UFPA) e pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o grande norte do Atlas da Amazônia Brasileira é a abordagem de vários temas sobre a Amazônia para pensar um modelo alternativo de desenvolvimento da região. “Resistência é a palavra central do trabalho. Nós vivemos um contexto com uma série de dinâmicas de conflito na região. Há décadas. E a gente precisa apresentar uma alternativa a esse modelo predatório, conservador neoliberal que traz uma lógica de violência”, assinalou.

A palavra resistência, entende Aiala, aparece conectada à palavra existência, em referência às populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, trabalhadores agrícolas, ambientalistas, todos aqueles que defendem a floresta e sua biodiversidade. “É central considerar o lugar de onde se fala sempre que há referência à Amazônia. Isso é estratégico. É falar daquilo que se vive. Nós estamos na periferia do capitalismo, em termos nacionais e globais. Esse trabalho faz com que as nossas vozes da Amazônia ecoem fora do território amazônico”, disse.

Serviço

Casa Balaio

Endereço: Avenida Nazaré, 669, esquina com a travessa Quintino Bocaiúva, Belém-Pará.

Site: casabalaio.com.br

Instagram: @casabalaio.alembelem







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